terça-feira, 22 de setembro de 2009

Em Cordinhã, as vindimas ...

Logo de manhã cedo, as pessoas, de tesoura e balde na mão, abalam em direcção aos vinhedos deixando para trás as ruas da aldeia quase desertas!
Adivinha-se que vem aí uma "pinga" boa! As uvas estão sãs e maduras e o sol está radiante o que é essencial para a boa qualidade dos mostos.
Porém, quem conheceu e viveu esta azáfama há uns anos atrás, verifica que agora está deveras diferente! Era uma tarefa morosa e difícil para a qual era preciso muita gente, principalmente para carregar as cestas de uvas aos ombros e à cabeça, em longas distancias , até as despejarem nas dornas.
Agora, todo este trabalho está mecanizado, sendo os tractores, com acessórios cada vez mais modernos, as vedetas principais das vindimas!...

A seguir, vem a apanha da azeitona, que este ano também promete ser em abundância e de boa qualidade. Já se avista nas ramagens das oliveiras a cor amarelada dos frutos. Daqui a nada começa a "pintar" até ficar preta, pronta para ser apanhada e seguir para o lagar para ser transformada em puro azeite, da cor do ouro!...

E há um ditado que diz que a verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima! Às vezes isso acontece mas outras nem por isso!
No caso das alegadas escutas a Belém e das chamadas asfixias democráticas, a verdade está lentamente a vir ao de cima. A sorte do inquilino é estarmos num país de costumes brandos! Se fosse por exemplo na América (embora algumas coisas que lá se passam deixem muito a desejar), ele seria obrigado e demitir-se!...

Mas há outros casos em que a verdade nunca vem à luz do dia! Quem não se lembra dumas eleições autárquicas que houve em Cantanhede há uma dúzia de anos?
O Concelho antes tivera a ousadia de eleger um candidato socialista para Presidente da Câmara! Como foi possível?! Durante o seu mandato inventaram tudo e mais alguma coisa para o denegrir... A verdade é que nesses anos houve progresso em todo o Concelho.
Depois houve as eleições em que esse Presidente se recandidatou e as sondagens apontavam para a sua reeleição. Mas coisas misteriosas aconteceram nesse dia!
Depois do fecho das urnas e após a contagem dos votos nas diversas assembleias, o Presidente tinha sido reeleito e já se festejava a vitória nas ruas!
Eis senão quando, começam a surgir notícias controversas! Nalgumas assembleias de voto, afinal o resultado era diferente do primeiramente anunciado! Consta que na Câmara Municipal a documentação eleitoral de algumas freguesias tardava em chegar. Parece que chegou já próximo da meia noite e segundo relatos da época, com sinais de violação e actas rasuradas!
O que antes era uma vitória dum determinado partido, tornou-se numa "derrota" por três votos!...

Ainda estamos à espera que o referido ditado popular dê os seus frutos!...
Pode ser que um dia, surja outro CARLOS DE OLIVEIRA e faça um romance sobre este tema!

sábado, 12 de setembro de 2009

Seja Deus louvado!...










Ele anda por aí, o Sr. Morgado!...


À frente das máquinas em movimento, todo risonho... ele dá ordens, esbraceja, palmadinhas nas costas a quem passa... é um queridinho, dá um gosto vê-lo!




Eleições à porta, seja Deus louvado!

Para quem não sabe ou não tem memória!...

Foram os cerca de 14 mil mortos e 50 mil estropiados e deficientes. Foram os cerca de 500 mil africanos barbaramente assassinados, no quadro de uma política de puro genocídio. Foram 300 milhões de contos derretidos na matança.
O suficiente para, no mesmo período, se ter alterado de forma significativa o sistema de ensino, habitacional e de saúde, do nosso país.
Por tudo isto, a Guerra Colonial foi uma fábrica de monstruosidades. Um dos períodos mais negros da nossa História, que o regime fascista impôs ao povo português e aos povos livres e independentes de África.



(...)

Quando os marinheiros portugueses chegaram a África, no século XV, depararam-se com reinos devidamente estruturados do ponto de vista político, económico e militar.
O que os portugueses fizeram durante séculos baseou-se numa ocupação militar de natureza colonialista e dirigida quase exclusivamente para o comércio de escravos.
A exportação de milhões de escravos para as plantações do Brasil e para outros continentes, privou estas sociedades do mais importante elemento de construção económica - o homem.
A chegada dos portugueses interrompeu violentamente o desenvolvimento económico destes povos africanos.
O que os portugueses levaram para África não foi nem a civilização, nem a amizade entre povos, mas a guerra e o tráfego de escravos.


(...)

Nos anos de 1957/1960, o ganho do homem africano era de 5$00 e 10$00 por dia e a mulher chegava a ganhar 1$00 diário, mais a alimentação que constava de 1kg de farinha de mandioca ou milho, 4 a 5 peixes secos e um pouco de óleo de palma.
Isto, enquanto um trabalhador branco com a mesma qualificação recebia 15 a 20 vezes mais.
Esta era a justiça e a igualdade real que se aplicava nas colónias portuguesas.

(...)



Os africanos das ex-colónias tentaram a mudança pacífica, mas verificaram ser impossível. Nos anos de 1959 e 1960, assistiu-se a diversos metralhamentos em larga escala, efectuados pela polícia contra africanos, que correspondiam aos apelos nacionalistas para protestos e manifestações. A ditadura fascista tinha fechado a via do diálogo. A ditadura fascista mostrou com os seus actos de repressão que não seriam concedidas quaisquer reformas.

(...)

A tomada de consciência dos militares de Abril continha o germe de uma luta longínqua contra o colonialismo, contra a guerra e contra as injustiças de um regime fascista discricionário e violento, não se dissociando, portanto, da luta do povo português contra a ditadura.
O povo português e as Forças Armadas estavam fartos de guerra, de defender uma guerra longe da sua pátria e a soldo de interesses imperialistas de rapina para engordar meia dúzia de famílias.
A fuga ao serviço militar tornou-se uma opção nacional e patriótica.

(...)

A ditadura fascista de 48 anos foi derrubada porque não queria descolonizar.
O 25 de Abril seria, portanto, o fechar do cerco, o acontecimento que culminaria toda uma longa história de resistência, luta e esperança em Portugal e em África, à qual as Forças Armadas não podiam ficar indiferentes.
E decidiram pôr fim às guerras que travavam em África. Enfrentaram corajosamente a realidade.
O 25 de Abril foi uma vitória sobre a miséria, a exploração e a opressão, tanto em Portugal como em África.

José Jorge Sequeira Martins *
*Autor do livro sobre a guerra colonial Autópsia de uma operação»











ONDE ESTÃO OS HEROIS?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Marco Horácio e Diana Chaves passaram por Cordinhã...



Cordinhã na rota dos monumentos






Depois do Sto. André, Cordinhã, freguesia em franco "progresso" do concelho de Cantanhede, vai em breve inaugurar mais um grande e vistoso monumento!















HOMENAGEM AOS COMBATENTES DO ULTRAMAR












Um dos períodos mais negros da História de Portugal aqui fica perpetuado pela actual Junta de Freguesia que já não tendo mais nada para fazer, entretém-se a fazer estas coisinhas que o "povo" tanto gosta!


Não seria melhor interessarem-se pelo bem-estar dos ex-combatentes, pois alguns andam por aí a passar fome?!!!






Sugiro que deixem um espaçozito para no futuro, em vésperas de próximas eleições, fazerem mais um monumento, desta vez ao Salazar!






Assim, como Santa Comba não fica muito longe daqui, os peregrinos que para lá se dirigirem vão passar primeiro por Cordinhã para visitarem o grande monumento!






quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O princípio

Às vezes, quando olho à minha volta, surgem-me certas ideias e pensamentos que gostaria de compartilhar com outras pessoas. Então, criei este blog para poder registar algumas das coisas que me ocorram, umas com algum sentido, outras sem sentido nenhum!...



Não espero agradar a todos nem ser politicamente correcto. Quero apenas transmitir o meu estado de alma em determinado momento.



Espero não ser dono da verdade, às vezes vou enganar-me, quem sabe até contradizer-me! Mas deste meu registo alguma coisa sairá com algum nexo, que possa contribuir para despertar algumas consciências adormecidas!...